Resumo
O projeto R3 Reduction, Reuse, Recycle propõe o desenvolvimento de uma plataforma tecnológica colaborativa para a gestão sustentável dos
resíduos da construção civil, orientada pelos princípios da economia circular e das cidades inteligentes. A iniciativa visa responder a desafios
críticos de municípios de médio porte, como Sinop-MT, que enfrentam aumento expressivo da geração de resíduos e dificuldades na
rastreabilidade, destinação e reaproveitamento dos materiais.
A solução prevê um ambiente digital integrador, no qual construtores, engenheiros, cooperativas de reciclagem, gestores públicos e
universidades possam interagir em tempo real. A plataforma permitirá:
1. Rastreabilidade dos resíduos desde a geração até a destinação final;
2. Banco de dados georreferenciado com indicadores ambientais e urbanos;
3. Painéis de gestão para prefeituras e órgãos ambientais;
4. Governança colaborativa, estimulando a corresponsabilidade entre os atores da cadeia.
O projeto resultará em um protótipo funcional (MVP), com potencial de escalabilidade para outros municípios brasileiros. Além do impacto
ambiental, a plataforma R3 fomentará inovação aplicada, criação de novos negócios a partir do reaproveitamento de resíduos, fortalecimento de
cooperativas e produção científica vinculada à UNEMAT.
Introdução/Justificativa
(incluindo os benefícios esperados no processo ensino-aprendizagem e o retorno para os cursos e para os professores da UNEMAT em geral)
O setor da construção civil é responsável por até 30% dos resíduos sólidos urbanos gerados em diferentes contextos (Kaushal & Pham, 2024).
Em municípios como Sinop-MT, estima-se que mais de 120 mil toneladas anuais de resíduos da construção civil sejam descartadas, muitas
vezes de forma irregular, com baixo índice de reaproveitamento. Esse cenário compromete a sustentabilidade urbana, sobrecarrega aterros
sanitários e dificulta a aplicação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/2010) e da Resolução CONAMA nº 307/2002.
A fragmentação entre os agentes da cadeia produtiva construtores, transportadores, recicladores, cooperativas e poder público impede a
adoção de práticas de economia circular e o aproveitamento eficiente de materiais. A ausência de soluções digitais locais fragiliza o planejamento
urbano e a formulação de políticas públicas.
O projeto R3 nasce dessa lacuna, propondo uma plataforma colaborativa que conecta todos os atores da cadeia de resíduos em um único
ambiente digital. Diferentemente de softwares existentes, que oferecem soluções isoladas (como emissão de manifestos ou relatórios de PGRS),
a R3 propõe um ecossistema completo, baseado em:
1. Interoperabilidade tecnológica, com integração de dados georreferenciados e indicadores;
2. Engajamento social, com capacitação e acesso cidadão à informação;
3. Inovação aplicada, com a universidade atuando como eixo de validação científica e desenvolvimento de novos produtos a partir de resíduos.
4. Assim, o R3 não é apenas um software de gestão, mas um instrumento estratégico de inovação territorial, alinhado aos Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável (ODS 11 e 12), à Agenda 2030 da ONU e às diretrizes de cidades inteligentes sustentáveis (ISO 37120; ONUHabitat, 2020).
Objetivo Geral
Desenvolver uma plataforma digital colaborativa que promova a gestão sustentável dos resíduos da construção civil, baseada em princípios da
economia circular, garantindo rastreabilidade, integração entre os atores e incentivo à reutilização de materiais, com vistas à consolidação de
cidades inteligentes e sustentáveis.
Objetivos Específicos
- Mapear fluxos de geração, transporte e destinação de resíduos, identificando atores e gargalos operacionais;
- Estruturar banco de dados georreferenciado e dashboards de indicadores ambientais;
- Desenvolver um protótipo funcional (MVP) da plataforma R3 com funcionalidades básicas de cadastro, registro de resíduos e relatórios;
- Validar o MVP junto a construtoras, cooperativas e órgãos públicos locais;
- Propor soluções de inovação aplicada, com reaproveitamento de resíduos em novos produtos;
- Avaliar potencial de registro de software e/ou patente para proteção da propriedade intelectual;
- Planejar a escalabilidade da plataforma para outros municípios brasileiros.